sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Foco certo.

Vejo muitos queridos ávidos em debates teológicos, veementes na luz que possuem. Mas frequentemente fracassam em seus objetivos. A abordagem que se prestam usar, aparenta afeição amarga, causando antipatia, ao invés do tão ansiado despertamento. Vejo muitos sinceros agarrados em partes importantes da verdade. Mas possuem apenas “partes” dela.

 A verdade na letra, é apenas o princípio da verdade. Ela só é plena quando o “Está escrito” alia-se à fé praticada. Tudo o que foge desse princípio assemelha-se ao ritual compulsivo de alguns fariseus severamente repreendidos na bíblia.

Possuem “de cor” toda a teologia, são dotados de intelecto afiado, se prestam a longos e intermináveis debates, mas pouco se vê em suas vidas as obras irrepreensíveis da piedade, piedade esta que corre muito além da caridade, é aquela que é tratável, amável no tom das palavras e nas obras das mãos. Estes que mal sê veem os frutos, correm com bandeiras hasteadas de orgulho.

Existem pois, aqueles dormentes que não se prestam ao estudo sério das escrituras, mal sabem o que “Está escrito” creem no que a maioria crê e ensina, mas não dedicam interesses em verificar das coisas que veem e ouvem passivamente. É curioso ver quão profunda ignorância os absorvem, não conhecem as fontes, e mesmo assim não suspeitam mal das águas que bebem. Daqueles que sob efeito manada se postam ao lado da maioria dormente.

Questiono-me pois, onde estão os bereanos? Mesmo que em número pequeno, como minoria, onde pois estão os justos e os piedosos?

Pessoas humildes, meigas, que seguem de perto as pisadas do Mestre. Onde estão aqueles que empenham suas energias em viver o evangelho “puro e simples” — de salvação, arrependimento, e santificação. 

O evangelho que se concentra em socorrer os que perecem ao lado, em desatar as urdiduras da impiedade, em libertar os cativos e oprimidos, em despertar os que dormem. São esses os que empenham sua energia em plantar os frutos do Espírito no próprio caráter. Em viver agarradinhos a Jesus, para que lado a lado, dia a dia, a comunhão com o Mestre seja a pregação irrepreensível.

Eles não se deixam absorver em discussões tolas, não empreendem o tempo em reunir um conjunto de textos iluminados para “provar” alguma coisa a alguém, mas sim para si mesmos. Seus estudos são antes de qualquer coisa, ferramentas para lapidar o próprio caráter. Em vez de cair no engano de discussões sobre teologia, o objetivo de sua vida é realizar uma obra ativa e dedicada em favor da salvação dos perdidos.

Por essa razão vê-se nitidamente que a pregação irrepreensível é aquela que pratica a verdade – que busca viver na própria pele as coisas que se tem aprendido.

Estes sinceros compreendem a profecia: “Iceberg! enfrentai-o” como um ato de enfrentar a apostasia da maioria dormente; NÃO com discussões e críticas à liderança, pois isso enfraquece e causa divisão na igreja de Deus. A verdade precisa ser evidenciada na vida, e não apenas nas palavras. Não existe enfrentamento mais poderoso contra a apostasia vigente que uma vida agarrada a Cristo, unida a Cristo, refletindo o caráter de Cristo em cada aspecto, incluindo nas palavras. É na vida pratica e testemunho diário que abalaremos as trevas, despertaremos os dormentes, e seremos finalmente condutos eficientes da Verdade esquecida. Se concentrarmos as forças em vivermos as coisas que pregamos com tanto ânimo, se nos concentrarmos em revelar os frutos do Espírito, as vis seduções do diabo que têm aprisionado o povo escolhido serão desfeitas, e os que dormem profundo nos embalos de Laodiceia serão despertos.

Como posso querer exortar a um irmão sobre a Luz que tem-me sido apresentada, sem antes cuidar de que minha própria vida revele tais verdades de maneira prática? Como pois posso querer admoestar a um irmão sem antes pagar o preço de orar por ele, a fim de buscar sabedoria e amor para fazê-lo?

Na oração pedimos a Deus que prepare o coração do ouvinte e nos habilite a falar movidos por Seu Espírito; ao orar, pedimos por amor divinal, para que por esse único impulso falemos a outros. Como pois posso corrigir meu irmão sem antes aprender a amá-lo? Se não amar aquele a quem exorto, acaso este sentirá em minhas palavras amor e genuína consideração? ou sentir-se-á agredido, e acusado? 

Este espírito rixoso tem sido pedra de tropeço no caminho de muitos sinceros, e as energias gastas em discussões tolas, têm desviado o povo de Deus do foco daquilo pelo quê de fato nos importa lutar.

Humanidade de Cristo e perfeição de caráter são preciosidades que devem ser estudadas, compreendidas, amadas. Deus recompensará o estudante fiel. Mas lembrem-se de que estes temas não devem ser usados para conduzir debates teológicos, mas para edificação do corpo de Cristo. Se nos desviarmos da edificação para as contendas; se usarmos certas revelações para acusar e condenar a outros, iremos nos perder com tais temas.

Enquanto teólogos e leigos estão falando sobre o perfeccionismo e o pré e pós lapsarianismo, Satanás está tomando o controle nos tribunais das nações. Enquanto estamos com os olhares desviados para uns poucos átomos, Satanás está marchando contra nós. Em vez de nos deixarmos levar por discussões fúteis, deveríamos estar lutando para derrubar os procedimentos papais que busca conseguir passar a lei dominical. Estamos cegos e dormindo. Que Deus nos desperte!

Coisas urgentes estão sendo passadas quase desapercebidas por muitos. A proximidade do fim e o estabelecimento de leis contra o povo de Deus estão às portas. O estabelecimento do casamento homossexual já foi passado nos EUA em junho de 2015, e o decreto dominical deve vir em breve, pois a nação está entrando em apostasia geral. No passado, os juízos de Deus foram derramados sobre Sodoma e Gomorra, e os EUA estão repetindo sua história.

Agora é a hora de nos unirmos sob a bandeira ensanguentada do Príncipe Emanuel. Não é hora de lutarmos uns contra os outros! O Senhor deseja ter uma frente unida, e bem formada. Onde estão os verdadeiros soldados da cruz?