Tenho me angustiado com o insofismável conceito bucólico narrado pelo
Criador. E quando o peito aperta, as mãos escrevem pra alíviar a dor da
minha impotência diante das coisas que me pego absorta.
Esse
texto não possui a intenção de insultar os amantes dos prazeres
tecnológicos, que por sua vez (talvez, uma maioria) tiveram apenas uma
única e solitária experiência de um existir metropolitano.
Peço que ao menos se dêem a chance de repensar.
Pode existir um lugar melhor. Na simplicidade do aconchego das flores.
Do colírio pros olhos de lugares incríveis e inimagináveis. E não me
refiro a lugares paradisíacos e raros em exuberância. Mas em verdes
campestres, floridos e completos com colinas, montanhas e árvores.
Lugares simples e belos por assim serem.
Onde a paz reside e a voz de Deus pode ser facilmente ouvida no
cantarolar das águas de um simplório ribeirinho, ou dos passarinhos que
felizes o adoram.
Dedico esse texto a todos que possuem siso e apreço pelo que ainda nos importa significar.
Que ainda nos importa sensibilizar. Refletir e pensar.
Tão perfeita poesia é, o cenário de paz e sossego que traz em si a vida
bucólica. A vida campestre por si só enaltece a simplicidade, a
ingenuidade dos costumes, a tranquilidade e riqueza do contato com a
natureza. Em contraste com o corre-corre, confusão e agitação da vida na
cidade. O pleno desenvolvimento dos centros urbanos representa à
opressão onde o caos vigora por todos os lados e com as mais ardis
intenções e intensidades. A paisagem bucólica representa um refúgio e
refrigério do tormento ruidoso dos grandes centros que com seus
entretenimentos rasos nos iludem num ciclo vicioso de uma pseudo
realidade - pseudo vida. Uma terrível miopia que se veste em repertório
falacioso de ser e ter das coisas que um conjunto simplório de ideais
fastidiosos (odiosos) nos impõe em curvas, cores, sons hipnóticos e
sabor sintético vicioso.
Nos foi imposto a falsa ideia de que
esse tipo de vida é o que de "melhor" nos seria. E "bestamente" abrimos
mãos de tamanho tesouro - herança e legado ! A natureza é residência
divina. O prazer que a vida bucólica opera pelos que a apreciam faz e
muito em restaurar a saúde mental, física e intelectual. Pensamento
límpido, plenitude de paz e abundância de dias se encontra nesse tesouro
perdido.
Em terrível lamento contemplo a destruição imperiosa dos valores que dantes firmamos em Cristo e por Cristo !
Apelo para que voltemos as veredas antigas.
A caso ainda restam dúvidas que o humano embruteceu em violência
inexorável? Restam dúvidas da influência desencadeada pela loucura da
vida secularizada?
Restam dúvidas quanto as delícias campestres ?
" Não é o plano de Deus que moremos na cidade — Em todo o mundo as
cidades estão se tornando viveiros de vícios. Por toda parte se vê e
ouve o que é mau, e encontram-se estimulantes à sensualidade e ao
desregramento. Avoluma-se incessantemente a onda de corrupção e de
crime. Cada dia oferece um registro de violência: roubos, assassínios,
suicídios e crimes inomináveis. – {VC 10.1}
A vida nas cidades é
falsa e artificial. A intensa paixão de ganhar dinheiro, o redemoinho da
excitação e da corrida aos prazeres, a sede de ostentação, de luxo e
extravagância, tudo são forças que, no que respeita à maioria da
humanidade, desviam o espírito do verdadeiro desígnio da vida. Abrem a
porta para milhares de males. Estas coisas exercem sobre a juventude uma
força quase irresistível." – {VC 10.2}