quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Daddy


Me ensinou muito sobre a vida, não com explicações fáceis discorridas com palavras lógicas, mais com muita filosofia, parábolas e exemplo.
Passou boa temporada da minha infância lutando em algum lugar por mim, esteve ausente para que eu pudesse estar protegida, educada e acolhida.
Lutou por mim, por meus irmãos, por nossa família. Quando pequena o tinha como entidade sagrada de eximia importância, carinhosa e exigente. Sei que nos seus dias solitários de madrugadas a fio naquele laboratório empoeirado, eram por amor, por nós e por si mesmo. Nós pequenos, éramos vulneráveis precisávamos de você, e a mamãe também.
Em minhas vagas lembranças, recordo de sua habilidade em tentar fazer-se presente mesmo na ausência, suas palavras cortantes, seu olhar explosivo e incrivelmente compadecido, suas frases célebres e espantosamente inéditas sempre que mais uma vez repetidas, seu terno e carinhoso abraço nos dias das minhas impetuosas tempestades de dilemas, chamado: Adolescência!, sua mão para me apoiar e levantar quando eu estava realmente sem saber para onde ir. Só você consegue me frustrar tantas e tantas vezes. E sua capacidade de tapar os ouvidos quando quer, e falar sempre o que pensa, muitas vezes não poupando minhas lagrimas, e aborrecimentos. Machuca, mas sei que é tentando ajudar. Voce tem uma necessidade grande de orientar.